Cultura Corporal:
Segundo Geertz (1989), é por meio desse mecanismo chamado cultura que o homem adquiriu a capacidade de ser o construtor de sua própria história, desde a utilização de ferramentas, passando pelo convívio social, pela linguagem chegando a outras formas mais complexas de significar o fazer humano. O autor demonstra com isto, como o convívio entre povos foi tecendo uma teia de significados que foram ganhando densidade ao longo da história da humanidade, significados estes que, por sua vez, estão em constante processo de re-significação.
Na obra de Daolio (1995, p.39) percebe-se um entendimento parecido a esse quando o autor afirma que o homem, por meio do seu corpo, pode assimilar e se apropriar “[...] dos valores, normas e costumes sociais, num processo de inCORPOração [...]”. Essa incorporação nada mais é do que o processo pelo qual os seres humanos passam a internalizar em seus corpos os valores sociais que estão contidos na sociedade.
Outro autor importante para essa discussão sobre a influência da cultura no modo como agimos, e, principalmente, como agimos em relação ao nosso corpo, é o antropólogo Frances Marcel Mauss. No texto escrito no início do século XX, no qual o autor aborda o que chama de técnicas corporais, ele acaba por considerar a ação humana como sendo também um ato social, que ocorre dentro de uma configuração dada pelo meio em que o homem vive. Sendo assim, a técnica que utilizamos para determinadas ações não é influenciada exclusivamente pelo desenvolvimento biológico, como se pensou durante muito tempo, existe nela toda uma gama de determinantes culturais, o que nos leva a afirmar que ela é eminentemente simbólica. Ao falar de cada uma das técnicas o autor procura indicar as influências culturais que elas sofrem, e como elas podem ser transformadas.
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